Os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), continuam pautando suas campanhas por questões religiosas, levantadas em meio a uma guerra de boatos espalhados principalmente pela internet. Nesta quinta-feira (15), foi a vez de Serra comentar um assunto sensível aos religiosos, o casamento gay. Em evento em São Paulo, o tucano se disse favorável à união civil de homossexuais, mas declarou que o casamento é um “assunto das religiões”. A posição é semelhante à de Dilma.
“A união em torno de direitos civis já existe, inclusive na prática, pelo Judiciário. E eu sou a favor para efeito de Direito”, disse Serra na capital paulista, em reunião com integrantes do Fórum de ONG-Aids do Estado de São Paulo, na capital paulista. “Outra coisa é o casamento, que tem um componente religioso das igrejas”, disse. “E aí cada igreja define sua posição”, afirmou.
Na quarta-feira (14), em visita ao Piauí, Dilma Rousseff manifestou posição semelhante à de Serra. “O que é relativo à religião é o casamento entre homossexuais, união civil é uma questão de direitos civis”, disse Dilma após visitar o Centro Integrado de Reabilitação, que atende pessoas com deficiências físicas e motoras em Teresina.
Na manhã de quarta, em Brasília, Dilma teve encontro com líderes evangélicos, que cobraram a divulgação de uma carta aberta na qual ela se comprometeria a vetar a união homossexual. “O compromisso que assumo, posto que o Brasil é um Estado laico, é de jamais enviar legislação ou sancionar lei ao direito das religiões”, disse. “O casamento entre homossexuais ou outra opção sexual é algo que ninguém pode interferir”, afirmou.