Delegacia para crimes homofóbicos




Depois de 34 anos no Senado Federal, de onde se despediu de forma um pouco conturbada, Agaciel Maia (PTC) assume pela primeira vez o mandato de deputado distrital. Economista, pós-graduado em Administração Pública, decidiu agora dedicar-se aos problemas do DF. Seu mandato terá uma atenção especial para a qualificação profissional, especialmente de jovens e detentos, e também defenderá a criação de uma delegacia especializada em crimes homofóbicos. Confira o que o ex-diretor-geral do Senado fala sobre os próximos quatro anos:
1 - Por que o senhor decidiu ser deputado distrital?
Agaciel Maia – Quero aproveitar minha experiência em administração pública, que adquiri no Senado Federal, para ajudar Brasília. Trabalhei com muitos políticos, fui diretor responsável pela Constituinte, da Gráfica do Senado e acredito que tenho muita bagagem que possa aplicar no DF. Durante a campanha, circulei por todas as cidades e vi de perto alguns problemas que precisam de atenção.
2 - O que o senhor acha de um mandato parlamentar custar R$ 12,4 milhões aos cofres públicos no DF?
Agaciel - Toda a legislação da Câmara Legislativa, os reajustes salariais e das verbas de gabinete e indenizatória são reflexo da política estabelecida em âmbito federal. É um valor elevado, que pode e deve ser reduzido. Eu concordo com a redução de gastos com pessoal que está sendo proposta, mas acho que a primeira coisa que deveria ter sido feita era não aumentar em mais de 60% o próprio salário do parlamentar. É meio contraditório garantir seu aumento e agora vir com projeto para cortar gratificações dos funcionários ou discutir corte de despesas. Deveria se medir o custo do deputado pela produtividade dele, pois tem deputado que passa quatro anos na Câmara e mal apresenta algum projeto.
3 - Qual o primeiro projeto que pretende defender neste mandato?
Agaciel – Tenho várias ideias para serem discutidas com o governador Agnelo. Uma delas é, a exemplo do que já foi feito em outros estados do Brasil, a criação de uma delegacia especializada em crimes homofóbicos, assim como existe a de proteção à mulher. Um tratamento especial por parte da Polícia Civil aos homossexuais que são agredidos e, muitas vezes, sentem-se constrangidos e não denunciam por vergonha.
Outros dois projetos seriam na área de qualificação profissional. Um deles é o investimento em jovens, com a intenção de tirá-los da rua. A ideia é que a partir dos 14 anos, durante o contraturno da aula, o aluno faça um curso profissionalizante, para quando chegar a idade de trabalhar já tenha conhecimento profissional para entrar no mercado de trabalho. E ainda quando ele entrar no Ensino Superior, o GDF ofereceria estágios remunerados.
O investimento profissional seria também nos detentos da Papuda. Visitei o local e vi que eles ficam muito ociosos e acabam aprendendo o que não deve. Talvez uma parceria com o Sesi ou Senai, para oferecer cursos profissionalizantes e também trabalho dentro da prisão. Um preso hoje custa muito ao Estado, ele pode retribuir com serviço. E, quando sair, pode ficar mais fácil voltar ao mercado de trabalho se tiver uma atividade, evitando que ele volte a cometer crimes. Fala-se tanto que há vagas e não há pessoas qualificadas e está na hora de investir nessa qualificação.fonte blog da paola